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Controle de pH e a produtividade do cafeeiro

De acordo com Matiello [1] e Malavolta [2], em solos para café a melhor faixa de pHH2O acha-se entre 5,5 a 6,5, mesma faixa considerada ideal para o café no Espírito Santo [3]. O ponto ótimo corresponde ao pH = 6,0.

Solos ácidos, cujo pH < 5,5, são prejudiciais ao crescimento do cafeeiro devido ao excesso de Al, Fe e Mn tóxicos, e os baixos teores de Ca e Mg. Nestas condições, o fósforo é fixado em forma de compostos de Fe, Al e Mn. Os solos com valores de pH > 5,6 já não apresentam níveis tóxicos de Al, como mostrado na Figura 1. Quando o pH do solo atinge valores mais altos que 6,0 a 6,5, alguns micronutrientes como boro, zinco, cobre, manganês e o ferro são insolubilizados, ficam pouco disponíveis, aparecendo, então, deficiências no cafeeiro.

Ph Cafeeiro - Grafico faixa ideal

Figura 1. Faixa ideal de pH para cafeeiro. Valores correspondentes de pH em CaCl2 são aproximadamente 0,6 unidades de pH inferiores aos valores de pH em água. pHH2O ótimo = 6,0. Adaptado de Matiello [4].

As recomendações de calcário do passado sugeriam trabalhar com saturação de bases (V%) de 70% e até mesmo 80%, elevando o pH para acima de 6,0. Porém, nessa condição, a disponibilização dos principais micronutrientes fica comprometida, exigindo aplicações sistemáticas, via solo ou foliar, o que onera os custos de produção [1]. A saturação de bases ideal para o cafeeiro está na faixa de 50 a 60%[1].

Destaca-se, portanto, o cuidado que deve ser tomado na escolha da fonte de magnésio para o reestabelecimento do equilíbrio deste nutriente no solo. A solução a ser utilizada não deve, a priori, gerar outros problemas ou desequilíbrios nutricionais. Muitas vezes, uma solução aparentemente “mais barata” oculta custos indiretos que acabam acrescentando valores importantes ao custo total de produção.

Referências Bibliográficas

[1] J. B. Matiello, R. Santinato, A. W. R. Garcia, S. R. Almeida, and D. R. F. Fernandes, Cultura de café no Brasil – Novo Manual de Recomendações. Varginha – MG: Fundação Procafé, 2002.
[2] E. Malavolta, “Calagem,” in Nutrição mineral e adubação do cafeeiro, São Paulo – SP: Editora Agronômica Ceres, 1993, pp. 46–59.
[3] G. G. . Dadalto and E. A. Fullin, Manual de Recomendação de Calagem e adubação para o estado do Espírito Santo: 4o aproximação. Vitória, ES: SEEA/INCAPER, 2001.
[4] J. B. Matiello, R. Santinato, A. W. R. Garcia, and S. R. Almeida, Cultura de café no Brasil – Manual de Recomendações, 7th ed. Varginha – MG: Fundação Procafé, 2015.

  1. A saturação de bases ideal está relacionada aos valores da CTC, podendo nos solos com CTC mais baixa conter níveis mais altos de bases (60-70%) e os de CTC altos contar com níveis um pouco inferiores.